A escolha da arte para a centenária

Na última sexta‑feira, a organização da Corrida Internacional de São Silvestre e a plataforma Artistas do Brasil revelaram quem levou a melhor no concurso que definiu a ilustração da ecobag oficial da edição centenária. O vencedor foi o trabalho "Passos da cidade viva", criado por Climacio Charille, um designer gráfico que mora em São Paulo.

Charille descreveu a obra como uma homenagem à cidade que corre ao lado dos atletas: "A cidade acompanha cada passo, como se também estivesse em movimento". Segundo ele, os marcos históricos de São Paulo se tornam personagens ativos, reforçando a ideia de que, por 100 anos, a capital e seus corredores compartilham a mesma trajetória. A arte celebra ainda a diversidade dos participantes – gente de várias origens, corpos e histórias – que transformam a corrida numa expressão coletiva de resistência e inclusão.

O prêmio incluiu não só os cinco mil reais, mas também a divulgação da biografia e das redes sociais do artista na própria ecobag. Isso significa que milhares de corredores vão carregar, literalmente, o nome de Charille ao longo da prova de 15 km que acontece na última noite do ano.

Ecobag e sustentabilidade no coração da corrida

Ecobag e sustentabilidade no coração da corrida

A escolha de usar ecobags no lugar das tradicionais sacolas plásticas faz parte de um esforço maior da organização para tornar a São Silvestre mais eco‑friendly. Cada bolsa será produzida em quantidade suficiente para atender todos os inscritos da edição de 2025, que tem data marcada para 31 de dezembro.

O processo de seleção foi transparente: artistas tiveram até 27 de julho de 2025 para enviar trabalhos por meio do site oficial. Não havia limite de quantas peças cada participante poderia apresentar, desde que fossem originais, inéditas e ligadas ao tema proposto. Uma curadoria composta pelos responsáveis da Artistas do Brasil, juntamente com os visual artists Karol Stefanini e Cusco Rebel, avaliou as propostas. A Fundação Cásper Líbero, proprietária da corrida, deu o aval final no dia 31 de julho.

  • Critérios de participação: originalidade, relevância ao tema e formato digital.
  • Etapas da seleção: envio online → curadoria → validação da fundação.
  • Premiação: R$ 5.000 + divulgação na ecobag.

Além do aspecto ambiental, a ecobag também funciona como peça de comunicação. O design de Charille traz, em cores vibrantes, ícones da arquitetura paulistana, corredores em diferentes estilos e a famosa frase “100 anos correndo juntos”. Ao segurar a sacola, o atleta tem acesso imediato a um símbolo visual da história da corrida e da própria cidade.

Enquanto a organização ainda não abriu as inscrições para os corredores – a data de abertura será anunciada em breve – a escolha da arte já gera expectativa entre quem já se inscreveu nos anos anteriores. Muitos esperam ver a ecobag nos pontos de retirada e, quem sabe, usar a sacola no dia a dia como lembrança da festa de ano‑novo.

O concurso também serviu como vitrine para artistas emergentes do Brasil. Diversas propostas foram analisadas, mostrando que a corrida tem capacidade de conectar esportes, cultura e responsabilidade social. O envolvimento da Artistas do Brasil reforça a ideia de que eventos de grande porte podem ser plataformas de divulgação artística.

Para quem acompanha a história da São Silvestre, a centenária representa mais que um número. É a oportunidade de refletir sobre a evolução da cidade, das corridas de rua e da própria relação dos paulistanos com o movimento. A ecobag, agora com a cara de Charille, pode virar um objeto de colecionador e, quem sabe, marcar a próxima geração de corredores.

Resta aguardar a abertura das inscrições e o grande dia da corrida. Enquanto isso, a arte de Climacio Charille já está pronta para ser exibida nas ruas de São Paulo, nas bolsas dos atletas e nos corações de quem acredita que esporte e cultura caminham lado a lado.