Quando a notícia saiu – Thais Carla, a dançarina que ganhou fama no Instagram por seu jeito autêntico, passou por uma cirurgia bariátrica e perdeu 60 kg – a internet parou para comentar. Aos 33 anos, a mãe de duas meninas conseguiu transformar um sonho de saúde em realidade, trocando a balança de 170 kg por 110 kg e devolvendo ao corpo a mobilidade que o ballet sempre exigiu.
A cirurgia e o plano de recuperação
O procedimento aconteceu no Hospital Aliança Star, em Salvador, no dia 28 de abril de 2025. A técnica escolhida – bypass gástrico – diminui o volume do estômago e desvia parte do intestino, limitando calorias e absorção de nutrientes. Antes mesmo da operação, Thais já havia perdido 30 kg, seguindo rigorosamente as orientações médicas para preparar o organismo.
O pós‑cirúrgico foi dividido em fases bem definidas:
- Primeiros 7 dias: dieta líquida completa, apenas caldos, sucos sem açúcar e água;
- Até o 30º dia: introdução de purês e sopas mais consistentes;
- Após 50 dias: início dos alimentos pastosos e, gradualmente, dos sólidos macios, sempre mastigando bem.
Todo o caminho foi acompanhado por uma equipe multidisciplinar – endocrinologista, nutricionista e psicólogo – que ajudou a ajustar a ingestão calórica e a relação emocional com a comida.
O retorno ao balé e o impacto na vida pessoal
Em setembro de 2025, cinco meses após a cirurgia, Thais entrou novamente em um estúdio de balé em Salvador. Os vídeos que ela postou mostravam passos simples, adaptações de postura e a emoção de voltar a sentir o corpo em movimento. Para ela, não era só sobre estética; era sobre provar que ainda podia viver a arte que a fez conhecida.
Além da mudança física, a decisão de operar foi influenciada pela família. "Quero brincar de pular e correr com minhas filhas, Maria Clara e Eva, sem ficar ofegante", contou a influenciadora à Marie Claire. O apoio do marido, Israel Reis, foi constante, reforçando a ideia de que a jornada era coletiva, ainda que decidida individualmente.
Os números são impressionantes: tamanho de roupa caiu de 66 para 54, e o peso estabilizou em 110 kg. Mas o que realmente chama atenção é a nova relação com a alimentação – frutas, legumes e carnes magras passaram a ser consumidos com atenção à mastigação, evitando sobrecarga gástrica.
Não faltaram críticas. Parte do público viu na cirurgia um rompimento com a mensagem de body positivity que Thais sempre defendeu. Contudo, muitos seguidores celebraram a coragem de colocar a saúde em primeiro lugar, reconhecendo que o amor-próprio pode assumir diferentes formas ao longo da vida.
Hoje, Thais divide seu tempo entre treinos, produção de conteúdo digital e advocacy contra o bullying por peso. Seu caso abriu espaço para discussões sobre autonomia corporal, a importância de equipes médicas integradas e a necessidade de um diálogo mais aberto entre saúde e aceitação.
O que fica claro é que a jornada de Thais Carla não se resume a números na balança. Cada quilograma perdido representa mais tempo ao lado das filhas, mais passos no palco e, sobretudo, um futuro onde a escolha de cuidar de si mesma não está em conflito com o orgulho de quem ela é.
Vanessa Avelar
Isso aqui é amor próprio de verdade. Parabéns, Thais!
Gustavo Teixeira
Nunca vi alguém transformar uma cirurgia em tão bonito ato de coragem. Ela não abandonou o body positivity, ela expandiu ele. A gente pode amar o corpo e ainda querer cuidar dele, não é?
Eu tenho um primo que fez bariátrica e agora brinca com os filhos sem ficar sem fôlego. É vida real, não só foto de Instagram.
Luciano Moreno
Ainda assim, é uma intervenção invasiva que não deve ser banalizada. Existem alternativas menos radicais.
Iago Moreira
NÃO ESTOU ACHANDO QUE ELA TRAIU O MOVIMENTO, ESTOU ACHANDO QUE ELA SE REINVENTOU.
Ninguém te obriga a ser gordo pra ser feliz. Isso é uma mentira que a gente inventou pra não encarar a dor de mudar. Ela escolheu viver. Ponto.
Quézia Matos
O mais importante aqui é o acompanhamento multidisciplinar. Muita gente faz a cirurgia e depois se perde porque não tem apoio psicológico. Ela fez certo, seguiu o plano, e isso merece respeito.
Quem tá pensando em fazer, não ignore o psicólogo. Ele é tão importante quanto o cirurgião.
Letícia Ferreira
Eu acho que a gente tá confundindo aceitação com inércia. Aceitação é olhar no espelho e dizer: eu mereço cuidado, não que eu mereço ficar assim pra sempre.
Thais não desistiu de ser ela, ela desistiu de se destruir.
E o balé? Isso é poesia. É o corpo falando o que a palavra não consegue. Ela não perdeu peso, ela recuperou uma parte dela que estava enterrada.
Eu chorei vendo os vídeos dela dançando. Não por causa do antes e depois, mas porque vi alguém voltar pra casa depois de anos perdida.
E isso é mais profundo do que qualquer número na balança.
A sociedade quer que a gente escolha: ou você é magro e aceito, ou você é gordo e feliz. Mas e se a gente pudesse ser os dois?
Ela provou que é possível.
Não é sobre ser magra, é sobre ser livre.
E liberdade não tem tamanho de roupa.
Ela tá dançando, e isso é o que importa.
Eu não consigo explicar direito, mas é como se o corpo dela tivesse voltado a cantar.
E o pior? As pessoas que criticam não sabem o que é viver com 170kg. Não sabem o que é subir escada e sentir o peito explodir.
Não sabem o que é ver os filhos brincando e não poder correr atrás.
Então cala a boca e aplaude.
Wagner Triska JR
Claro, mais uma que se vende como 'inspiração' enquanto o sistema de saúde continua falindo. Isso é capitalismo disfarçado de autoajuda. Ela não é heroína, é produto.
Stenio Ferraz
Ah, o clássico 'ela tá só vendendo'.
Então, se alguém perde 60kg, volta ao balé, e ainda luta contra bullying, é só marketing?
Porque quando um ator vira influencer, é carreira. Quando uma mulher negra, mãe, dançarina, se recusa a morrer de obesidade, é 'venda'.
O que é mais fácil: acreditar que ela é um produto... ou que ela é humana?
Eu escolho acreditar na humanidade. E ela merece mais do que suspeitas baratas.
Claudio Fernando Pinto
A cirurgia bariátrica apresenta taxas de complicações significativas e requer acompanhamento vitalício. A glorificação de procedimentos invasivos sem discussão sobre riscos é irresponsável.
Breno Pires
O senhor tem razão em destacar os riscos. Mas ignorar o sofrimento de quem vive com 170kg é igualmente irresponsável. A cirurgia não é um 'jeito fácil' - é o último recurso de quem já tentou tudo.
E quando o recurso salva vidas, e devolve a infância às crianças, não se trata de 'glorificação'.
Trata-se de justiça.
Paulo Gauto
E onde está o dinheiro dela? Quem financiou isso?
Acho que tem um laboratório por trás disso tudo. Eles querem vender mais bypass.
E os médicos? Eles ganham por procedimento.
Isso é um esquema.
Ela tá sendo usada.
Debora Silva
se voce acha que ela ta sendo usada entao voce acha que o corpo dela nao tem direito de escolher?
eu acho que voce ta com medo de ver que ela ta viva e voce nao
Emily Medeiros
Se você acha que cuidar da sua saúde é traição, talvez você esteja confundindo autocuidado com conformidade.
O body positivity não é uma prisão.
Não é 'ser gordo e feliz'. É 'ser você e livre'.
E ela escolheu ser livre.
E isso? Isso é o mais revolucionário que tem.
Ana Paula Santana
Ela sempre foi só mais uma que usou a doença pra virar influencer.
#BodyPositivityÉMentira
🤡
Ruy Queiroz
Eu não sei se ela é influencer, mas eu sei que ela é mãe.
Eu sei que ela é dançarina.
Eu sei que ela quer brincar com as filhas sem ficar sem ar.
E se isso te incomoda, talvez o problema não seja ela...
Talvez seja você que não sabe o que é ter medo de morrer antes de ver os filhos crescerem.
Ricardo Megna Francisco
Respeito a decisão dela.
Cada um tem seu caminho.
🙏
Claudio Alberto Faria Gonçalves
E o que acontece com as pessoas que não têm dinheiro pra fazer isso?
Ela tá lá, dançando, e as outras?
Isso é só pra rica.
#Desigualdade
Isadora Reis
Acho que o mais profundo aqui não é o peso...
é a coragem de se permitir mudar sem perder a alma.
Ela não virou outra pessoa.
Ela voltou a ser quem sempre foi... só que agora, com mais ar nos pulmões.
E talvez...
talvez isso seja o verdadeiro milagre.
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