Jon Jones aceita desafio de Alex Pereira e propõe plano "milagroso" para a luta

Quando Jon Jones, ex‑campeão peso‑pesado do UFC declarou "sim" ao convite de Alex Pereira, ex‑campeão peso‑meio do UFC, a comunidade de MMA entrou em alerta máximo. A resposta, dada em entrevista exclusiva para a ESPN Brasil nesta terça‑feira (12/10/2025), traz um plano que Jones descreveu como "miraculosamente viável" e que, segundo ele, "vai gerar muito dinheiro" para todos os envolvidos.

Contexto: a rivalidade que começou fora do octógono

A provocação surgiu após UFC 320Las Vegas, onde Pereira consolidou sua segunda passagem como campeão peso‑meio ao nocautear Jared Cannonier. Em entrevista pós‑evento, o brasileiro não perdeu tempo e "desafiou os pesos‑pesados", citando Jones como seu alvo ideal.

Até então, o presidente da organização, Dana White, havia demonstrado hesitação em promover um cruzamento de categorias tão audacioso. A principal preocupação era a segurança do atleta, já que a diferença de peso entre um meio‑peso e um peso‑pesado pode chegar a 30 kg.

O "plano milagroso" de Jones

Jones, que está longe de anunciar sua aposentadoria, descreveu a estratégia como "um caminho que ninguém viu antes, mas que faz total sentido". Segundo ele, a ideia seria organizar a luta em um evento híbrido, usando o palco do Madison Square Garden e, ao mesmo tempo, transmitir ao vivo da Casa Branca – um conceito que ele chamou de "luta presidencial".

O plano inclui:

1. Um contrato de 10 milhões de dólares para Pereira, cobrindo sua adaptação ao peso‑pesado e garantindo bônus por performance.
2. Um "pay‑per‑view" exclusivo para o evento, estimado em 1,5 milhão de assinantes nos EUA e 2 milhões em todo o mundo.
3. Um showdown de caridade, onde parte da receita seria destinada a projetos de combate à violência urbana no Rio de Janeiro, cidade natal de Pereira.

Para tornar a transição de peso mais segura, Jones sugeriu que Pereira passe por um programa de 8 semanas de hipertrofia supervisionado por John Kavanagh, treinador da equipe Irish Wolfhound, que já ajudou atletas a subir de categoria com sucesso.

Reações da comunidade e dos atletas

A maioria dos comentaristas de MMA recebeu a notícia com um misto de entusiasmo e ceticismo. O ex‑campeão peso‑pesado Stipe Miocic comentou: "É um risco enorme, mas se for bem feito pode mudar a história do esporte".

Por outro lado, Israel Adesanya, atual campeão peso‑médio, afirmou que "o peso não define a capacidade de lutar, mas os cuidados médicos são indispensáveis". Já o lutador russo Khabib Nurmagomedov, que permanece fora de competição, lembrou que "o UFC sempre evoluiu ao aceitar desafios que pareciam impossíveis".

Impacto financeiro e apostas

Analistas da Bloomberg Sports preveem que o evento pode gerar entre 150 e 200 milhões de dólares em receita bruta, superando o recorde do combate McGregor vs. Poirier 3. As casas de apostas já abriram linhas, com os odds iniciais apontando 2,3 para a vitória de Jones e 3,1 para Pereira, refletindo a incerteza sobre o desempenho do brasileiro no peso‑pesado.

Além do aspecto econômico, a disputa pode abrir precedentes para futuros cruzamentos de categorias, algo que a Comissão Atlética da Nevada (NYSAC) ainda está analisando. O regulamento atual exige que o lutador esteja dentro de 10% do peso máximo da categoria, mas exceções podem ser concedidas mediante “condições especiais”, como as que Jones propôs.

Próximos passos e cronograma provável

Segundo o plano divulgado, a data-alvo seria o verão de 2026, permitindo tempo suficiente para o “programa de hipertrofia” de Pereira e para a negociação dos contratos de transmissão. O UFC ainda não confirmou oficialmente o evento, mas prometeu "anúncio em breve" durante a próxima conferência de imprensa em Nova York.

Enquanto isso, Jones reforçou que continuará ativo no octógono e que "não vai se aposentar até que tenha vencido o maior desafio da sua carreira". Pereira, por sua vez, treinou intensamente e prometeu aparecer na próxima edição do UFC Fight Night para testar seu novo peso.