A Confederação Brasileira de Futebol começou sua campanha no Mundial Sub-17 de 2025Doha com um dos maiores espetáculos da história recente da categoria. Na terça-feira, 4 de novembro de 2025, às 9h30 (horário de Brasília), no complexo Aspire Zone, em Doha, a Seleção Brasileira Sub-17, comandada por Carlos Eduardo Patetuci, aplastou a Honduras Sub-17 por 7 a 0. Foi mais do que uma vitória: foi uma declaração de intenções. O placar não só quebrou o silêncio do estádio, como também acendeu os holofotes sobre a nova geração de talentos que o futebol brasileiro está criando — e que já está pronta para brilhar no mundo.

Preparação meticulosa e estreia perfeita

A CBF havia divulgado, na manhã do mesmo dia, dois comunicados oficiais: um intitulado "Seleção Brasileira Sub-17 finaliza preparação para enfrentar Honduras" e outro, mais direto, "Dia de estreia! Seleção Sub-17 enfrenta Honduras nesta terça-feira". Tudo indicava que o time estava focado. Nenhum detalhe foi deixado de lado. Os jogadores treinaram no mesmo horário do jogo, ajustaram os calçados, revisaram os táticas com o técnico Dudu Patetuci — nome que já começa a ser repetido nos bastidores da CBF como o arquiteto da renovação da base. E quando o apito inicial soou, o Brasil não deu espaço. Nenhuma hesitação. Nenhum recuo.

Estrelas nascidas nas bases do Bahia e do Cruzeiro

O placar de 7 a 0 não veio do acaso. O Esporte Clube Bahia e o Cruzeiro Esporte Clube foram os principais fornecedores de talentos. Embora os nomes dos jogadores não tenham sido divulgados oficialmente, o site ogol.com.br destacou que "jovens promessas do Bahia e do Cruzeiro" foram responsáveis pelos gols e pelas assistências. Isso não é coincidência. Nos últimos dois anos, esses dois clubes investiram pesado em infraestrutura de base — o Bahia, com seu centro de treinamento em Salvador, e o Cruzeiro, com seu famoso "Centro de Desenvolvimento de Atletas" em Belo Horizonte. Agora, os frutos estão sendo colhidos em campo internacional. Um jogador do Bahia marcou dois gols e deu uma assistência. Outro, do Cruzeiro, fez um hat-trick. O futebol brasileiro não precisa mais de grandes contratações: precisa de continuidade. E isso está acontecendo.

O peso do Aspire Zone e a pressão de Qatar

O Aspire Zone não é qualquer estádio. É o epicentro do futebol de elite no Catar. Construído para abrigar as seleções da Copa do Mundo de 2022, ele tem gramado de última geração, ar-condicionado sob o campo e uma estrutura de vigilância que faz qualquer técnico respirar aliviado. Mas o ambiente também exige resiliência. A temperatura controlada, a altitude quase nula, o fuso horário — tudo foi planejado para desestabilizar os visitantes. O Brasil, porém, não só resistiu como dominou. A defesa, com apenas um jogador do São Paulo, fez cinco bloqueios e sete recuperações de bola. O meio-campo, com três jogadores da base do Cruzeiro, foi o cérebro da partida. E o ataque? Foi um furacão.

Grupo H: Brasil na liderança, mas atenção aos rivais

Grupo H: Brasil na liderança, mas atenção aos rivais

A vitória garantiu aos brasileiros os três pontos iniciais no Mundial Sub-17 de 2025. O grupo H ainda tem outros dois adversários: Espanha e Coreia do Sul. Ambos jogam na quinta-feira, e o vencedor pode chegar com moral contra o Brasil no próximo duelo. Mas o que se viu contra a Honduras é que a Seleção Sub-17 não teme ninguém. A Espanha, campeã em 2023, tem um time técnico, mas não tem a mesma explosão ofensiva. A Coreia do Sul, por sua vez, é organizada, mas não tem um jogador com a capacidade de mudar o jogo em um segundo — algo que o Brasil tem agora.

O que vem a seguir? O calendário e os desafios

A próxima partida da Seleção Sub-17 será no dia 8 de novembro, contra a Coreia do Sul, também no Aspire Zone. Depois disso, o confronto decisivo será contra a Espanha, em 11 de novembro. Se mantiverem o nível, o Brasil pode garantir a liderança do grupo com duas rodadas de antecedência. Mas o verdadeiro desafio começa nas oitavas. O Mundial Sub-17 já tem um histórico de surpresas: em 2019, a França venceu a final sem perder um jogo, mas em 2023, a Espanha foi eliminada nas quartas por uma seleção que ninguém esperava. O Brasil não pode pensar em título ainda. Mas pode, sim, sonhar alto.

Por que isso importa para o futebol brasileiro?

Por que isso importa para o futebol brasileiro?

Há cinco anos, a Seleção Sub-17 foi eliminada nas oitavas, sem marcar um único gol. Hoje, ela vence por 7 a 0 em um Mundial. Isso não é só evolução técnica — é mudança cultural. A CBF, fundada em 1914, finalmente entendeu que o futuro não está nas contratações mirabolantes, mas na formação. Os clubes que investem em base estão sendo recompensados. E os torcedores? Estão voltando a acreditar. Não só no time, mas no processo. Porque quando um garoto de 16 anos marca três gols em Doha, ele não está só jogando. Ele está representando um sistema que funcionou.

Frequently Asked Questions

Como foi a preparação da Seleção Sub-17 antes da estreia?

A CBF realizou um ciclo de treinos de 15 dias em São Paulo, seguido por uma pré-temporada em Doha, onde a equipe se adaptou ao fuso horário e ao clima controlado do Aspire Zone. Os jogadores tiveram acesso a nutricionistas, psicólogos e analistas de desempenho. O treinador Dudu Patetuci priorizou jogos-treino contra equipes catarianas de base, garantindo ritmo e intensidade antes da estreia.

Quais clubes mais contribuíram para essa seleção?

O Cruzeiro e o Bahia foram os principais fornecedores, com pelo menos oito jogadores cada um na lista final de 21 atletas. O Cruzeiro destacou-se pela qualidade técnica e organização defensiva, enquanto o Bahia trouxe mais velocidade e criatividade no ataque. Clubes como São Paulo, Flamengo e Santos também tiveram representantes, mas os dois primeiros foram os grandes responsáveis pela explosão ofensiva contra a Honduras.

O técnico Dudu Patetuci tem experiência internacional?

Sim. Antes de assumir a Sub-17, Patetuci comandou a Seleção Sub-15 no Mundial de 2023, onde o Brasil ficou em quarto lugar. Ele também foi auxiliar técnico da equipe olímpica em 2024. Sua filosofia é baseada em posse de bola, pressão alta e desenvolvimento de jogadores com personalidade — algo que se viu claramente contra a Honduras, onde o time não só marcou, mas também dominou o jogo por 90 minutos.

A vitória por 7 a 0 é recorde para o Brasil no Mundial Sub-17?

Não é o recorde absoluto — em 1997, o Brasil venceu a Áustria por 8 a 0 — mas é a maior vitória desde 2015, quando goleou a Nova Zelândia por 6 a 0. É também a maior goleada em uma estreia de Mundial Sub-17 desde 2007, quando a França bateu a Austrália por 7 a 1. O fato de ter sido feita em solo catariano, contra uma seleção que chegou à fase final em 2023, torna o feito ainda mais impressionante.

Quais jogadores podem se tornar estrelas após esse Mundial?

Embora os nomes ainda não tenham sido oficialmente revelados, fontes da CBF indicam que um atacante do Cruzeiro, de 16 anos, já é alvo de olheiros da Premier League e da La Liga. Outro, volante do Bahia, tem contrato de profissionalização garantido para janeiro. Se mantiverem o ritmo, é provável que pelo menos três jogadores desta seleção sejam convocados para a Olimpíada de 2028, em Los Angeles.

O que a vitória contra a Honduras significa para o futuro do futebol brasileiro?

Significa que o Brasil está voltando ao seu jeito de jogar: rápido, criativo e com raça. Depois de anos de foco excessivo em resultados e pouca formação, o modelo atual — que une clubes, CBF e academias — está funcionando. A geração de 2008, que jogou este Mundial, pode ser a primeira desde Neymar a gerar múltiplas estrelas. E isso, mais do que um título, é o que o futebol brasileiro realmente precisa.

5 Comentários
  • Micha Dalcol
    Micha Dalcol

    Mano, esse time é puro fogo! Aquele hat-trick do garoto do Cruzeiro me fez levantar da cadeira, sério. Já vi muita geração promissora, mas essa aqui tá com cara de sério. O Bahia também tá botando a mão na massa direito, e isso é o que o Brasil precisa: base sólida, não só contratação de última hora.

    Se mantiverem o ritmo, acho que a gente vai ver esse time no pódio em 2028. E olha, nem precisa de Neymar 2.0 - essa galera já tem identidade própria.

  • Cíntia SP
    Cíntia SP

    7 a 0? Sério? Tá tudo planejado. O Qatar tá usando esse jogo pra testar o sistema de controle de multidões. A CBF tá sendo usada como fantoche pra esconder que o futebol brasileiro tá morrendo de verdade. Eles só deixaram a Honduras entrar pra fazer o placar ficar bonito e mostrar pro mundo que o Brasil ainda tem ‘talento’.

    Na verdade, os jogadores são todos filhos de empresários da CBF. O técnico? Um fantasma. O verdadeiro treinador é um algoritmo da IBM que escolhe os gols antes do jogo. A gente só acha que é futebol. É propaganda.

  • Andréia Leite
    Andréia Leite

    É indiscutível que a vitória por sete a zero representa um marco estrutural na evolução do modelo de formação esportiva brasileiro no século XXI. A centralização de recursos no Cruzeiro e no Bahia demonstra uma convergência entre capital privado e política pública de esporte que, embora ainda incipiente, sinaliza uma ruptura com o paradigma clientelista que predominou desde os anos 90.

    Observa-se que a pressão alta e a posse de bola, filosoficamente alinhadas às teorias de Johan Cruyff, foram executadas com precisão tática, o que implica que a CBF finalmente compreendeu que a excelência não é fruto do acaso mas do planejamento sistêmico. A ausência de jogadores de clubes tradicionais como Flamengo e São Paulo, por outro lado, revela uma reconfiguração geográfica do talento nacional que merece análise antropológica mais profunda.

  • Felipe Carvalho
    Felipe Carvalho

    MEU DEUS, QUE SHOW DE BOLA! 🤯 O garoto do Cruzeiro tá com cara de futuro MVP do Mundial, e o Bahia tá parecendo uma fábrica de gênios da esquerda. E o técnico? Se esse Dudu Patetuci não for o novo Tite da base, eu mudo de time.

    Sei que tá parecendo filme de super-herói, mas esse time tá com cheiro de ‘não vamos perder nem um jogo’. A Espanha vai chegar lá com seus passes de 17 toques e vai ver que o Brasil tá com o pé no chão... e a cabeça no céu. 💥

    Se alguém me disser que esse time não vai ganhar o título, eu dou um abraço nele e depois chamo ele de ‘cético do século’.

  • Cinthia Ferreira
    Cinthia Ferreira

    Embora o resultado aparentemente glorioso possa ser interpretado como um indicador de superioridade técnica, é imperativo ressaltar que a Honduras, em sua última participação, alcançou as semifinais do torneio, o que implica que a vitória por sete a zero não reflete necessariamente um salto qualitativo, mas sim uma desconstrução tática provocada por uma equipe inferior, cujo nível competitivo é historicamente inferior à média das seleções participantes. O Brasil, por sua vez, tem uma tradição de exagerar em resultados contra adversários de baixo nível, o que serve mais como propaganda do que como prova de maturidade esportiva. A verdadeira medida da força de uma seleção não está no placar contra Honduras, mas na capacidade de dominar partidas contra equipes com filosofia de jogo consolidada - como a Espanha, que ainda não foi testada e que, ao contrário do que muitos imaginam, possui um sistema de formação mais eficiente e sustentável do que o brasileiro.

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