Hunter Schafer e a Polêmica do Gênero no Passaporte

Hunter Schafer, atriz trans que conquistou o público com sua interpretação de Jules Vaughn na série *Euphoria*, tem mais do que cenas dramáticas para enfrentar; uma mudança recente em sua documentação americana trouxe à tona uma preocupação maior sobre direitos trans. Schafer, ao procurar um novo passaporte após um incidente de roubo enquanto trabalhava na Espanha, descobriu que seu documento apontava um 'M' para masculino, ao contrário do seu pedido. Este contrassenso tem origem em uma ordem executiva firmada pelo ex-presidente Donald Trump em 2025.

A medida, imposta pela administração Trump, obriga que documentos legais nos Estados Unidos reconheçam apenas dois gêneros - masculino e feminino - baseando-se no sexo registrado no nascimento. Esta política aposenta a possibilidade de um marcador 'X', anteriormente uma opção para aqueles que não se identificam com o gênero binário.

Impacto e Reação da Comunidade Trans

Schafer escolheu usar a plataforma TikTok para compartilhar sua experiência em um vídeo de oito minutos, onde não escondeu sua surpresa e preocupação com a medida. No vídeo, ela relata como já havia atualizado documentos como sua carteira de motorista e passaportes anteriores para refletirem sua identidade feminina. Esta discordância atual poderia trazer desafios adicionais em viagens internacionais, especialmente ao lidar com agentes de fronteiras.

No desabafo, a atriz reconhece seu privilégio como uma figura conhecida e que 'passa' visualmente como mulher aos olhos da sociedade, mas enfatiza que a política em vigor afeta a todos que pertencem à comunidade trans. A questão de segurança e privacidade em travessias internacionais é um ponto central de sua crítica.

O Departamento de Estado dos EUA confirmou a política, reiterando que novos passaportes irão refletir apenas o sexo biológico conforme registrado ao nascimento. No entanto, Schafer não se deixa abalar em sua essência e completa sua fala reafirmando que um passaporte não define sua identidade, enfatizando: 'Uma letra e um passaporte não podem mudar quem eu sou.'

Esta situação evidenciada por Hunter Schafer levanta debates que vão além de burocracias governamentais. Ela destaca as implicações reais destas políticas em vidas como a dela, e como essas medidas impactam a dignidade e a liberdade das pessoas trans no mundo todo.

13 Comentários
  • Elton Avundano
    Elton Avundano

    Essa política é um retrocesso monumental. Não é só sobre um passaporte, é sobre o direito de existir sem ser forçado a se encaixar em caixas que não te representam. A identidade de gênero não é um campo de seleção em um formulário, é parte da alma. E quando o Estado decide definir quem você é com base em um documento de nascimento... isso é biopolítica pura, e é assustador.

  • Ana Cristina Souza
    Ana Cristina Souza

    Pô, mas e se a pessoa nasceu com pênis e quer ser mulher? 😒 Afinal, biologia é biologia, né? Ninguém tá negando direitos, só tá sendo realista. 👍

  • Felipe Ferreira
    Felipe Ferreira

    Aqui está o cerne do problema: o Estado não tem competência para definir identidade. Isso é uma violação de direitos humanos fundamentais, e a ONU já declarou isso em múltiplas resoluções. A política de Trump é um instrumento de opressão estrutural, disfarçada de burocracia. Não é sobre 'sexo biológico' - é sobre controle social. E isso não é novo: já vimos isso na era da eugenia.

  • Emerson Coelho
    Emerson Coelho

    É importante lembrar que a opção 'X' foi implementada em 2021, após anos de pressão da comunidade trans. Retirar isso é um ato deliberado de invisibilização. E, sim, isso afeta a segurança: pessoas trans que não 'passam' correm risco real de violência em fronteiras onde a burocracia é usada como arma. A documentação não define a identidade, mas ela pode definir se você vive ou morre.

  • Gustavo Teixeira
    Gustavo Teixeira

    eu acho que a hunter é incrivel e tudo mais mas... tipo, se vc tem um passaporte com M, e vc é mulher trans, e passa como mulher, isso nao muda nada na pratica? tipo, ninguem vai te parar no aeroporto e pedir seu certificado de nascimento? eu acho que isso é mais um simbolo do que um problema real... mas se for pra ela se sentir melhor, tudo bem. 🤷‍♂️

  • Luciano Moreno
    Luciano Moreno

    Ainda que eu respeite a identidade de gênero, é necessário manter a coerência nos documentos oficiais. O sexo biológico é um dado objetivo, mensurável e verificável. Alterar isso para atender a sentimentos abre precedentes perigosos para a integridade do sistema civil.

  • Claudio Alberto Faria Gonçalves
    Claudio Alberto Faria Gonçalves

    TUDO ISSO É DO PARTIDO DA ESQUERDA. ELES QUEREM APAGAR A REALIDADE. A BIOLOGIA NÃO É DISCURSO DE ÓDIO. O QUE A GENTE VAI FAZER COM AS CRIANÇAS QUE SÃO ENGANADAS? AINDA VÃO TER QUE COLOCAR 'X' NA CARTEIRA DE MOTORISTA? E SE A PESSOA FOR CRIANÇA? E SE FOR UMA CRIANÇA DE 5 ANOS? ISSO É LOUCURA. O GOVERNO ESTÁ SENDO INVASIVO. E ISSO É SÓ O COMEÇO. 🤫👁️

  • Caio Malheiros Coutinho
    Caio Malheiros Coutinho

    EUA é EUA. Aqui no Brasil não temos essa merda. Nós respeitamos a biologia e a tradição. Se quer mudar de gênero, muda no coração, mas não force o Estado a mentir. Essa é uma invasão cultural.

  • Quézia Matos
    Quézia Matos

    A gente precisa entender que pra muita gente trans o passaporte é uma arma. Se você tá viajando e o documento não bate com sua aparência, pode ser barrado, interrogado, humilhado. Não é só simbólico. É vida ou morte. E se você tem privilégio de passar, lembre-se: nem todo mundo tem isso. E isso não é sobre política. É sobre sobrevivência

  • Stenio Ferraz
    Stenio Ferraz

    Ah, sim. A administração Trump, que já teve um presidente que chamou trans de 'doentes mentais', agora quer 'restaurar a ordem natural'. Que bela frase para esconder o fascismo. É como se a ciência moderna, a psicologia, a antropologia e a própria experiência humana não existissem. É uma política que nasce do medo - e se alimenta da ignorância.

  • Letícia Ferreira
    Letícia Ferreira

    Eu acho que o que a Hunter tá falando é muito importante porque ela tá falando de um lugar de privilégio, e isso é importante, porque muitas pessoas trans não têm acesso a plataformas como TikTok, não têm acesso a advogados, não têm acesso a cirurgias, não têm acesso a hormônios, então quando ela fala sobre o passaporte, ela tá falando de um problema que é parte de um sistema muito maior que é a negação da existência trans como um todo, e isso tá ligado à falta de políticas públicas, à violência policial, à falta de acesso à saúde, à discriminação no trabalho, e aí o passaporte é só o ponta do iceberg, porque o que ela tá dizendo é que o Estado tá tentando apagar a identidade dela com um selo de papel, e isso é uma forma de violência simbólica que é tão real quanto qualquer outra, e isso não é só nos EUA, isso tá acontecendo aqui também, só que de forma mais silenciosa, e a gente precisa falar disso, porque se a gente não falar, a gente tá permitindo que isso continue.

  • Iago Moreira
    Iago Moreira

    Isso aqui é um ataque direto à dignidade. Não é sobre documento. É sobre dizer que você não merece existir como é. E o pior? Eles não estão nem aí. Eles sabem que vão perder essa batalha, mas querem fazer sofrer enquanto durar. E aí vem a Hunter, com a voz calma, mas firme, e diz: 'um passaporte não me define'. E isso? Isso é coragem pura.

  • Ricardo Megna Francisco
    Ricardo Megna Francisco

    Bom, acho que a Hunter fez um ótimo trabalho ao falar disso. Mas a gente também precisa lembrar que nem todo mundo tem a mesma sorte. Muitos trans no Brasil, por exemplo, não conseguem nem alterar o nome no RG. E aí? O que a gente faz? Talvez o foco deveria ser em garantir direitos básicos antes de discutir passaportes. Mas ainda assim, isso é um sinal preocupante. 🤝

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