João Fonseca surpreende em Roland Garros e mostra força do tênis brasileiro

Quem acompanhou o Roland Garros 2025 de perto percebeu que João Fonseca chegou para marcar nome. Aos 18 anos, o carioca virou sensação ao estrear em um dos palcos mais tradicionais do tênis e conquistar resultados de peso, derrubando nomes como Hubert Hurkacz e Pierre-Hugues Herbert. Pela primeira vez em sua carreira, ele avançou até a terceira rodada de um Grand Slam, feito que não passava batido desde os tempos de Gustavo Kuerten surpreendendo Paris. Fonseca agora entra definitivamente na conversa sobre o novo rosto do tênis brasileiro.

Contra Jack Draper, o desafio era enorme. Draper vem sendo chamado de favorito para voos ainda maiores no circuito, ocupando uma posição de elite no ranking e carregando experiência em confrontos grandes. Fonseca, no entanto, não se intimidou — mesmo com a derrota em sets diretos, deixou a quadra ganhando respeito e declarações elogiosas não só do britânico, mas também de Alexander Zverev, que destacou a maturidade do jovem brasileiro em partidas de alto nível. Isso, para quem debutou em Grand Slam na temporada passada, já é um feito e tanto.

Superando pressões, mirando evolução e mirando alto

Superando pressões, mirando evolução e mirando alto

Antes do torneio começar, muita gente duvidava de como Fonseca lidaria com o peso de representar o país no saibro mais famoso do mundo. Ele mesmo admitiu que sentiu o clima de pressão, mas encontrou tranquilidade ao assumir uma postura mais descontraída nas quadras. "Encarei como diversão, comecei a soltar meu jogo", comentou após sua segunda vitória, mostrando que a cabeça é um dos seus maiores trunfos para crescer no circuito.

Ter conquistado o título do Next Gen ATP Finals no final de 2024 deu ainda mais confiança. Fonseca sabe que o caminho para o topo passa por enfrentar rivais duros e se adaptar ao ritmo extenuante das partidas em cinco sets. "Se quero conquistar grandes coisas, preciso jogar contra caras desse nível", afirmou, demonstrando maturidade rara para idade.

Apesar do revés diante de Draper — o próximo duelo seria contra Monfils, experiência que fica adiada — a campanha já rendeu frutos. O brasileiro viu sua posição no ranking disparar, alcançando o posto de número 57 do mundo, caminho parecido com o trilhado por Kuerten anos atrás. A imprensa internacional e torcedores lembraram das façanhas do Guga, mas Fonseca prefere trilhar seu próprio roteiro, focado em evolução constante e nos próprios objetivos.

O momento é de renovação para o tênis verde-amarelo. Se Paris viu a consagração de um novo talento, o Brasil volta a sonhar com feitos grandiosos no circuito. E Fonseca parece pronto para assumir essa responsabilidade sem medo, carregando no braço a confiança de quem quer ir longe nos próximos Slams. Sinal dos tempos: tem garoto novo dando trabalho para a velha guarda do tênis mundial.