O Japão fechou 2025 com um desempenho impressionante, derrotando a Bolívia por 3 a 0 em amistoso disputado na terça-feira, 18 de novembro de 2025, no Estádio Nacional Olímpico, em Tóquio. O jogo, que começou às 2:15 da manhã horário local, foi marcado por precisão tática japonesa, gols de qualidade e uma atuação heróica do goleiro boliviano Guillermo Viscarra, que impediu que o placar ficasse ainda mais pesado. A vitória é a terceira consecutiva da seleção japonesa — após superar o Brasil por 3 a 2 em outubro e o Gana por 2 a 0 em novembro — e consolida sua ascensão como uma das potências emergentes do futebol global.

Um início arrebatador e uma segunda etapa letal

O Japão não perdeu tempo. Aos quatro minutos, Daichi Kamada abriu o placar com um chute canhoto de fora da área, encaixando a bola no canto inferior direito do gol após cruzamento perfeito de Takefusa Kubo. Foi o primeiro de muitos momentos de elegância ofensiva. A Bolívia tentou responder, mas sua pressão foi ineficaz. A chance mais clara veio aos 25 minutos, quando Fernando Nava bateu de fora da área — a bola passou raspando o travessão. A partida foi interrompida logo em seguida por lesão do atacante boliviano, e o ritmo nunca mais voltou.

Na segunda etapa, o Japão aumentou a pressão. Substituições que pareciam apenas estratégicas viraram decisões de gênio. Aos 72 minutos, Shuto Machino, entrado aos 60, recebeu passe de Keito Nakamura e finalizou de curta distância, com o pé esquerdo, para o canto superior direito. Três minutos depois, foi a vez de Nakamura, que já havia assistido o primeiro gol da segunda etapa, marcar o terceiro: chute destro do centro da área, sem chance para Viscarra. O goleiro boliviano, por sua vez, fez defesas memoráveis — inclusive contra chutes de Koki Ogawa e Nakamura — e salvou o respeito da equipe sul-americana.

Um ano de virada para o Japão

A vitória sobre a Bolívia não é apenas mais um resultado. É o fecho de um ciclo histórico. Em 14 de outubro, o Japão fez o que nenhuma seleção asiática havia feito antes: venceu o Brasil em jogo oficial, por 3 a 2, em casa. Aquele resultado não foi acidente. Foi sinal. Desde então, a equipe treinada por Hajime Moriyasu passou a jogar com confiança, fluidez e uma identidade clara: posse de bola, movimentação constante e finalizações precisas. A derrota para os Estados Unidos em setembro e o empate com o México pareciam sinais de fragilidade. Mas o time reagiu como um time de elite.

Com a classificação garantida para a Copa do Mundo de 2026Estados Unidos, Canadá e México, o Japão está em modo de experimentação. Jogadores como Keito Nakamura e Shuto Machino — ambos com menos de 25 anos — estão assumindo papéis centrais. O treinador não precisa mais apenas vencer. Precisa preparar a próxima geração. E isso está acontecendo.

A Bolívia entre a crise e a esperança

Enquanto o Japão celebra, a Bolívia encara um momento delicado. A seleção terminou as Eliminatórias Sul-Americanas na sétima posição — fora da zona de classificação direta, mas ainda com vida na repescagem intercontinental, marcada para março de 2026. As derrotas para a Coreia do Sul e a Rússia, em novembro e outubro, revelam um time em transição. A vitória sobre o Brasil em casa, em setembro, foi um alento, mas pareceu mais um acaso do que um sinal de recuperação.

A equipe ainda confia em jogadores experientes como Moisés Villarroel e Diego Medina, mas falta criatividade no meio-campo. O técnico Miguel Ángel Ramírez precisa resolver a ausência de um volante de contenção e encontrar um centroavante de referência. A derrota para o Japão não foi humilhante — graças a Viscarra — mas expôs uma lacuna técnica que pode ser fatal na repescagem.

O que vem a seguir?

O que vem a seguir?

O Japão terá um período de descanso até a Copa do Mundo, mas já começa a pensar em rivalidades. A próxima grande missão será enfrentar os europeus em jogos de preparação. A Bolívia, por outro lado, tem apenas quatro meses para se reestruturar. A repescagem intercontinental será um teste de fogo: enfrentará um time da Ásia, Oceania ou América do Norte — e precisará vencer para ir à Copa do Mundo de 2026Estados Unidos, Canadá e México.

Enquanto isso, o futebol mundial assiste a uma mudança silenciosa: a Ásia não está mais apenas participando. Está competindo pelo topo. E o Japão, com sua disciplina, inteligência tática e jovens talentos, está na frente.

Frequently Asked Questions

Como o Japão conseguiu superar o Brasil e agora a Bolívia com tanta facilidade?

O Japão investiu em uma filosofia de jogo baseada em movimentação constante, passes rápidos e alta pressão defensiva, inspirada no futebol europeu. Jovens jogadores como Nakamura e Machino, formados em ligas japonesas e europeias, trazem experiência e maturidade. A equipe não depende de um único astro — é um sistema coletivo, com mais de 15 jogadores capazes de decidir partidas.

Por que a Bolívia ainda não consegue se classificar regularmente para a Copa do Mundo?

Apesar de ter jogadores talentosos, a Bolívia sofre com a falta de infraestrutura, treinadores estáveis e um sistema de base eficiente. O futebol ainda é muito dependente de jogadores de alto nível que atuam em ligas menores da América do Sul. Além disso, a altitude de La Paz pode ser vantajosa em casa, mas torna difícil manter ritmo em jogos fora, especialmente contra seleções mais organizadas como o Japão.

Quem são os principais jogadores que podem marcar a próxima geração do Japão?

Além de Keito Nakamura e Shuto Machino, nomes como Takefusa Kubo, Daichi Kamada e Wataru Endo já são pilares. Mas a próxima geração inclui jogadores como Ritsu Dōan, Ao Tanaka e o jovem atacante Yūsuke Kobayashi, de 20 anos, que brilhou na J-League. A seleção japonesa tem mais de 12 jogadores nascidos após 1998 com atuação regular em ligas da Europa.

A vitória sobre o Brasil foi um acaso ou um sinal de mudança no futebol mundial?

Não foi acaso. O Japão jogou com estratégia, pressão alta e aproveitou erros defensivos brasileiros. Foi a primeira vitória japonesa sobre o Brasil em 18 confrontos oficiais. O Brasil, por sua vez, estava em processo de renovação e sem seu principal líder, Vinícius Jr., em plena forma. Mas o resultado mostrou que seleções tradicionalmente consideradas "menores" agora têm condições reais de vencer as grandes potências.

A Bolívia tem chance real de se classificar na repescagem de março de 2026?

A chance existe, mas é pequena. A repescagem é um jogo único ou dois jogos, contra um adversário forte — possivelmente da Oceania ou da Ásia. A Bolívia precisa melhorar drasticamente sua organização defensiva e encontrar um centroavante confiável. Sem isso, mesmo jogando em casa, enfrentará dificuldades. A última vez que se classificou foi em 2014 — e desde então, só teve uma campanha decente nas eliminatórias.

Por que o Estádio Nacional Olímpico foi escolhido para esse amistoso?

O estádio, reinaugurado em 2019 para os Jogos Olímpicos de Tóquio, é o maior do Japão e serve como sede oficial da seleção. É também o local onde o Japão costuma jogar seus jogos mais importantes, como eliminatórias e amistosos contra grandes rivais. A escolha reflete o status do jogo como parte da preparação para a Copa do Mundo — e não como um simples amistoso.